sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Seminário Saúde Integral das Mulheres Negras



 O tecido social nacional e o viés racial nas desigualdades socioeconômicas

A elaboração de estratégias para melhoria da qualidade de vida e de saúde depende da compreensão das fragmentações derivadas dos fenômenos socioculturais, políticos e econômicos, seja no nível pessoal, coletivo, regional ou mundial.
O mundo atual nega liberdades elementares a um grande número de pessoas. Por vezes, a ausência de liberdades substantivas relaciona-se diretamente com a pobreza  econômica, em alguns casos vincula-se à carência de serviços públicos e assistência social e, em outros, a violação da liberdade resulta diretamente de uma negação de  liberdades políticas e civis.
No Brasil, o grau de pobreza é mais elevado do que o encontrado em outros  países com renda per capita similar. Embora cerca de 64% dos países tenham renda inferior à brasileira, aqui o grau de desigualdades é um dos mais elevados do mundo (Barros e col., 2000).
A pobreza no Brasil tem raça/cor, sexo e etnia. Esta afirmação, interpretada por alguns como esquizofrênica, está pautada em números tão cruéis quanto seu reflexo nos corpos e nas mentes de negros e negras, índios e índias.
De acordo com os dados analisados por Jaccoud e Beghnin (2002), em 1992,  40,7% da população brasileira era considerada pobre; em 2001, esse percentual cai para 33,6%. Nesse período, a proporção de negros pobres equivalia a duas vezes a proporção observada na população branca - 55,3% versus 28,9% em 1992 e 46,8% versus 22,4% em 2001. Nesse ano, homens e mulheres apresentaram-se distribuídos de forma semelhante entre os pobres – cerca de 1/3 da população. Ao incluir a variável raça/cor na análise dos dados, entretanto, observou-se que esta situação era vivida por quase metade das mulheres negras contra apenas 22,4% das mulheres brancas. Na
indigência, a proporção de mulheres e homens negros foi cerca de 28% em 1992 e  22% em 2001, contudo este percentual foi 2,3 vezes maior quando comparado àquele apresentado para mulheres e homens brancos em 1992 e 2,6 vezes maior em 2001.
Segundo Milton Santos (2000), os pobres não estão apenas desprovidos de recursos  financeiros para consumir, a eles é oferecida uma cidadania abstrata; que não cabe em qualquer tempo e lugar e que, na maioria das vezes, não pode ser sequer reclamada.
Por mais que se deseje negar, essa cidadania não consistente e não reivindicável, vem sendo oferecida ao longo dos tempos, prioritariamente aos negros e negras, índios e índias.
As vias pelas quais o social e o econômico, o político e o cultural influem sobre a saúde de uma população são múltiplas e diferenciadas, segundo a natureza das condições  socioeconômicas, o tipo de população, as noções de saúde, doença e os agravos enfrentados. No caso da população negra, o meio ambiente que exclui e nega o direito natural de pertencimento, determina condições especiais de vulnerabilidade.  Além da inserção social desqualificada, desvalorizada (vulnerabilidade social) e da invisibilidade de suas necessidades reais nas ações e programas de assistência, promoção de saúde e prevenção de doenças (vulnerabilidade programática), mulheres e homens negros vivem em um constante estado defensivo. Essa necessidade  infindável de integrar-se e, ao mesmo tempo, proteger-se dos efeitos adversos da integração, pode provocar comportamentos  inadequados, doenças psíquicas, psicossociais e físicas (vulnerabilidade individual).
No campo da saúde, o conceito de vulnerabilidade emergiu no início da década de 1990 entre aqueles que, na intersecção de vários campos do saber, buscavam estratégias para o enfrentamento da aids. Embora seja um recurso teórico aperfeiçoado no campo de estudos e pesquisas em aids, o conceito de vulnerabilidade não lhe é restrito.Se pretendêssemos apresentar o conceito de forma sintética, definiríamos por vulnerabilidade o “conjunto de aspectos individuais e coletivos relacionados ao grau e modo de exposição a uma dada situação e, de modo indissociável, ao maior ou menor acesso a recursos adequados para se proteger das conseqüências indesejáveis daquela situação”.
A princípio, qualquer pessoa poderia qualificar sua situação frente às formas conhecidas de exposição aos fatores físicos, químicos, biológicos e ambientais que, por ventura, podem desencadear doenças ou agravos. Para as coletividades, todavia, as situações sociais e programáticas extrapolam, muitas vezes, o limite da percepção e da possibilidade de transformação de cada pessoa isoladamente (Ayres e col., 1999). 

 Fonte: Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Saúde da população negra no Brasil: contribuições para a
promoção da eqüidade / Fundação Nacional de Saúde. - Brasília: Funasa, 2005. 446 p.: il.

Seminário Saúde Integral das Mulheres Negras

As inscrições devem ser feitas através do e-mail:geari.spm@gmail.com ou pelos tels: (71) 2108-7313/ 7305/ 7311 ou pelo fax: (71) 2108-7306 até o dia 28/11/11.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Cmm articula "Sessão Especial de Jardim das Folhas Sagradas - Povo de Santo"

 
O Grupo Humanas, Cine Cena Unijorge e os Professores Ricardo Carvalho e Diana Costa realiza Sessão Especial do filme "Jardim das Folhas Sagradas para o Povo de Santo".Tendo o apoio carinhoso do Diretor Pola Ribeiro , que já confirmou sua presença, também iremos articular a presença de alguns atores do filme.A sessão está prevista para acontecer no Novembro Negro.Grupo Humanas é isso... Arte, Educação e Cultura!!! 
As jornalistas Patrícia Bernardes (conselheira/secretária geral do Cmm) e Luciane Reis (Instituto Mídia Étnica) também fazem parte da articulação para trazer as matrizes africanas para a pauta da Igualdade de Direitos em Salvador.

Em breve divulgaremos data e horário.
Evento GRATUITO!!!!

Cmm apoia Novembro Negro em Salvador

Cmm apoia o " Projeto Bairro Leitor"

 
O CMM marcou presença na edição do Projeto Bairro Leitor (Engenho Velho de Brotas) (29/10) através da sua Conselheira/Secretária Geral - Patrícia Bernardes( Bernardes Comunicação Ssa) .Marcaram presença também a historiadora e membro do FNMN/BA Diana Costa e Uiara Lopes (UNEGRO).
 

Ìgbà Ábídi Seminário Afro-Brasileiro


No próximo dia 13 de novembro, a Serra da Barriga, em União dos Palmares, receberá as cinzas de Abdias Nascimento, ex-senador, ex-deputado federal, intelectual, artista e presidente do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (Ipeafro), falecido em maio deste ano, no Rio de Janeiro, aos 97 anos.A programação do dia 13 de novembro terá início às 8h do dia 13 de novembro, com a saída para o alto da Serra da Barriga, em União dos Palmares; às 9h, abertura oficial e cerimônia com a participação da esposa Elisa Larkin e família e com representantes do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (Ipeafro).Entre as instituições que apoiam as homenagens a Abdias Nascimento, estão os Ministérios da Educação e da Igualdade Social, Secretaria de Estado da Mulher, da Cidadania e dos Direitos Humanos, de Articulação Política, Polícias Militar e Civil, Federação das Indústrias de Alagoas e Fundação Cultural Palmares.
Mas, se apresse, pois as vagas são limitadas.

Serviço:

Dia 12 de novembro: Ìgbà Ábídi Seminário Afro-Brasileiro: “Celebração da Obra e
“Vida de Abdias Nascimento”
Local: Faculdade Integrada Tiradentes
Horário: 08 às 18 horas
Certificação: 10 horas
Dia 13 de novembro:
Cerimônia de Deposição das Cinzas de Abdias Nascimento no Alto da Serra da Barriga
Horário: 09 às 15 h
Local: Lagoa dos Negros, Serra da Barriga, AL
Para inscrever-se basta enviar um e-mail para celebrandoabdias@gmail.com
Mais informações: (82)8827-3656/3231-4201

Wanda Chase visita o Cmm em Salvador

 
O Cmm Em Salvador agradece a visita da jornalista Wanda Chase (Rede Bahia) na tarde desta quarta-feira em nossa sede no Ed.Oxumaré (Ladeira de São Bento). Nós conselheiras esperamos atentamente pela divulgação da matéria a fim de apoiar a nossa causa voluntária diária que é a DEFESA DOS DIREITOS POLÍTICOS DA MULHER na cidade!Atentamos também para as intalações precárias nas quais trabalhamos há 24 anos. O nosso espaço físico não é digno de receber nenhuma de nossas mulheres para reuniões diárias. A matéria  vai ao ar neste domingo (13/11/11) após o Programa Fantástico e abordará a violência sofrida pela Conselheira (Suplente) Norma (camêlo por profissão) e todas as ações afirmativas da Cmm Em Salvador no Combate a Violência contra a Mulher. 
Axé de Luta!Parabéns Companheiras

3ª Conferência Estadual de Políticas para Mulheres

As pessoas interessadas em participar da 3ª Conferência Estadual de Políticas para Mulheres de 12 a 14/11/2011 no  Centro de Convenções da Bahia, especificamente aquelas não eleitas como delegadas, também poderão integrar o evento. A organização informa que, no entanto, elas não terão direito a voto nas deliberações. As mesmas devem comparecer ao local do evento, dirigindo-se à mesa de credenciamento, a partir das 8h do primeiro dia. As discussões prometem ser acaloradas, por meio de palestras e debates em seis eixos temáticos. A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM) é uma das organizações previstas para as mesas do evento. Cerca de 1,2 mil mulheres de várias regiões da Bahia estão sendo aguardadas na atividade, que deve construir propostas concretas para o III Plano Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres.
 
Secretaria de Politicas para as Mulheres
Av. Tancredo Neves, 776 – Caminho das Árvores. CEP: 41820-020 telefone: 71-3117-2815 e-mail: spmbahia@gmail.com
Salvador – Bahia