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Colegiado do Metropolitano de Salvador
Território do Metropolitano de Salvador (TMS)
Território do Metropolitano de Salvador (TMS)
Como
complemento do Mapa da Violência 2012, o Instituto Sangari divulgou há
poucos dias um caderno especial sobre homicídios de mulheres no
Brasil. Devido à relevância e gravidade do assunto, o Instituto
preparou um material específico para alertar e informar a sociedade
brasileira e o poder público sobre esta problemática.
O Caderno
Complementar Homicídios Femininos no Brasil fez um histórico dos
assassinatos de mulheres ocorridos de 1980 até 2010 é constatou que
foram assassinadas no Brasil quase 91 mil mulheres, 43,5 mil só nos
últimos dez anos. De 1980 a 2010 o número de assassinatos passou de
1.353 para 4.297, aumento de 217,6% na quantidade de vítimas fatais.
Os
crimes apresentaram um crescimento maior até o ano de 1996. A partir
deste ano, as taxas foram se estabilizando em torno de 4,5 homicídios
para cada 100 mil mulheres. O relatório destaca ainda que em 2007, ano
em que a Lei Maria da Penha entrou em vigor, os assassinatos
apresentaram uma leve queda, mas rapidamente as cifras anteriores foram
retomadas.
Em 2010 foram 4.297 casos, o que representa uma média
de 4,4 assassinatos por 100 mil mulheres. Com essa cifra, de acordo
com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil se insere na
7ª posição em uma lista com 84 países. Nos primeiros lugares estão El
Salvador, com taxa de 10,3 homicídios para cada 100 mil mulheres,
Trinidad e Tobago (7,9), Guatemala (7,9), Rússia (7,1), Colômbia (6,2) e
Belize (4,6).
O Estado que puxa o Brasil para a 7ª posição é, em
primeiro lugar, o Espírito Santo, já que apresenta mais que o dobro da
média brasileira com taxa de 9,4 homicídios em cada 100 mil mulheres. A
região é seguida por Alagoas (taxa de 8,3 em cada 100 mil mulheres),
Paraná (6,3), Paraíba e Mato Grosso do Sul (ambos com taxa de 6,0).
Na
outra o ponta Piauí, com taxa de homicídios de mulheres de 2,6, é o
Estado com o menor índice de assassinatos. Junto a esta região vem São
Paulo (taxa de 3,1), Rio de Janeiro (taxa de 3,2), Maranhão (taxa de
3,4) e Santa Catarina (3,6).
Com relação aos instrumentos usados
para praticar os crimes, o relatório destaca que metade dos
assassinatos de mulheres é cometida com armas de fogo. Outros
instrumentos utilizados para o homicídio são objetos que exigem contato
direto, como objetos cortantes ou penetrantes, objetos contundentes,
além de sufocação ou estrangulamento. O Caderno Complementar também
destaca 40% dos crimes contra as mulheres são cometidos em sua própria
residência ou habitação.
O Instituto Sangari apurou ainda que até
os 14 anos de idade das vítimas, os pais são os principais responsáveis
pelos incidentes violentos. Até os quatro anos, são as mães. A partir
dos dez anos predomina a figura paterna.
"Esse papel paterno vai
sendo substituído progressivamente pelo cônjuge e/ou namorado (ou os
respectivos ex), que preponderam sensivelmente a partir dos 20 anos da
mulher até os 59 anos. A partir dos 60 anos, são os filhos que assumem o
lugar preponderante nessa violência contra a mulher, revela o Caderno
especial.
As mulheres se transformam em verdadeiras vítimas a
partir dos 15 anos e permanecem até os 29, com maior registro de
violência e assassinatos no intervalo entre 20 e 29 anos, que é o que
mais cresceu nos últimos dez anos. O relatório do Instituto Sangari
destaca que a partir dos 30 anos, a tendência é de queda.
Os dados
divulgados no Caderno Complementar do Mapa da Violência 2012 são uma
tentativa de ajudar, com informações, o poder público e demais
autoridades responsáveis a elaborarem estratégias mais efetivas de
prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher. Para isso, o
Instituto Sangari garante que vai continuar a elaborar o estudo sobre
esta problemática para que o material possa servir de subsídio aos que
trabalham em favor da causa.
Fonte: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&lang=PT&cod=67161
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